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O Anãozinho de Jardim

Livros e Desvarios

O Anãozinho de Jardim

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Lembro-me de ti (Yrsa Sigurdardóttir) - Opinião

HRM, 31.12.14
 
Lembro-me de ti, foi o primeiro dos últimos três livros que li. Honestamente, não sou grande fã de literatura policial seja ela nórdica ou de outro país qualquer. É um género que me aborrece porque a temática - em si - não tem nada de espectacular, ou como dizem os anglo-saxónicos, não tem nada de mind blowing. A receita é sempre a mesma e não há abordagens ou perspectivas diferentes.

Por norma começam com um crime (que depois pode variar em escala e em tipologia), depois entra o investigador traumatizado por uma tragédia pessoal (que pode ser da polícia ou outra coisa qualquer), e algures lá pelo meio daquelas páginas todas encontramos o prevaricador (que pode sofrer de uma ou várias patologias psiquiátricas).

No entanto, este livro - de Yrsa filha de Sigurd (que é o que significa o apelido da senhora) -  apesar de conter, praticamente, os mesmos elementos que por norma me aborrecem, contém também elementos geradores de suspense que tocam o inexplicável e que num momento ou noutro nos deixam arrepiados. É uma obra que está muito bem escrita, está muito bem pensada, muito bem estruturada  e as duas histórias que decorrem em paralelo e se vão lentamente interligando, estão muito bem conjugadas.

Outra coisa muito gira que este livro tem é que nos deixa, constantemente, com uma sensação de frio muito relacionada com as descrições dos cenários onde a história decorre (como deverão imaginar os Fiordes Islandeses não são, propriamente, conhecidos por terem um clima tropical), e estas descrições estão também muito bem feitas (principalmente se considerarmos que há outros autores nórdicos do género que não conseguem suscitar este mesmo efeito).

No geral, penso que é um excelente livro para todos os amantes do género policial. Para mim, trata-se apenas de um bom livro porque - logo à partida - incorre num aspeto negativo que é, exatamente, o facto de ser um policial.     

Os sete pilares da sabedoria ( T.E. Lawrence) - versão PDF

HRM, 31.12.14
Para comemorarmos a passagem de ano resolvi disponibilizar-vos um clássico da literatura mundial. Os sete pilares da sabedoria, escritos por T.E. Lawrence também conhecido pelo Lawrence da Arábia.
 
Churchill, considerou-o como um dos melhores livros alguma vez escritos na língua inglesa, pelo que me toca acho que cada um tem a sua opinião,  no entanto creio ser uma obra de leitura imprescindível para quem se interessa, ou pretende conhecer melhor, os movimentos e a cultura Árabe.
 
A versão que disponibilizo é a original, ou seja, é a versão inglesa. Para consultarem ou fazerem o download - ou como se diz em português, descarregarem - basta clicarem na imagem abaixo. 

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https://drive.google.com/file/d/0BykY59oicl5vRGg2MExhRnhmTmc/view?usp=sharing
Clicar na imagem para fazer o download


Sobre as origens do nome do blogue

HRM, 29.12.14
À laia de resposta à pergunta que já muitos me fizeram sobre o nome deste blogue, a resposta é simples;  nome deste blogue é inspirado no filme "Le fabuleux destin d'Amélie Poulain", e depois de uma ida ao El Corte Inglês.

Na altura haviam uma série de anõezinhos de jardim espalhados lá pela secção de jardinagem, que - depois de ter visto o filme - me deram uma enorme vontade de rir. 

Posteriormente também cheguei à conclusão que gostava desta aculturação nórdica proporcionada pelo folclore escandinavo onde se incluem, também, estes anõezinhos.




Porque ler é sexy

HRM, 29.12.14
Creio que a pior coisa que alguma vez ouvi da boca de um homem, foram as palavras: "Eu posso dizer que nunca li um livro na minha vida". A facilidade e leveza com que estas palavras foram proferidas foram algo que na altura me deixaram estarrecida. A tal, respondi: "Nunca repitas essas palavras, em voz alta e a ninguém."

Vindas de um homem com pouco mais de quarenta anos - há quem diga com idade para ter juízo - são sintoma de que dali não poderia vir grande coisa. Ainda perguntei se nem tinha lido nem um livrinho aos quadradinhos mas, nem por aí tive grande sorte. Percebi, posteriormente, que de facto a criatura não era grandemente articulada apesar de até manifestar uma capacidade intelectual interessante. Capacidade intelectual esta, muito relacionada com uma habilidade extraordinária em papaguear ou imitar outros e não, necessariamente, com a capacidade de produzir conhecimento após a fase da aquisição da informação. Ou seja, a criatura era incapaz de transformar a informação em conhecimento, no entanto sabia utilizar a informação adequadamente e para os fins que pretendia. 

Todavia, não para todos os fins que pretendia porque para alcançar os seus objectivos, ou pelo menos os da altura, precisaria de muito mais. 

De hoje em dia, para se ser sexy é preciso muito mais do que passar dez horas num ginásio ou imitar
as últimas tendências da moda. É preciso muito mais do que uma imagem, falsamente, aprumada que por norma só funciona temporariamente e com garotinhas de escola que ainda estão à procura de quem são e do que são. É preciso uma estrutura, é preciso aquilo que os gregos chamavam de thymos (nota: não encontrei a definição em português, sendo que as mais semelhantes serão as palavras Ânimo ou espirito). Tem de ser inteligente, tem de saber conversar, tem de saber articular e expôr ideias. Mas acima de tudo tem de ter a coragem de saber viver do modo que apregoa. Não basta saber dizer e quando dizer, tem de saber fazer e quando fazer. Ser esperto é apenas um expediente de curta duração, uma pedrinha de vidro que se parte à primeira martelada. Não é um diamante. Sem a inteligência para o transformar nalgo imprescindível e valioso, é apenas mais um acessório que brilha imenso e faz um vistão - o que não é necessariamente bom - mas que não vale nada. 

Este homem era (e creio que ainda é) assim. Uma pessoa com uma história de vida interessantíssima mas, sem thymos. Sem estrutura, sem a espinha dorsal que nos mantém erguidos. Faltou-lhe ler uns tantos ou quantos livritos presumo.       

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