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O Anãozinho de Jardim

Livros e Desvarios

O Anãozinho de Jardim

Livros e Desvarios

Ai os Elfos...

HRM, 31.03.15
Legolas (Orlando Bloom)
Na realidade ainda não me tinha passado pela cabeça falar de elfos aqui no blogue, o problema foi ter começado a falar neles ontem a propósito de Helm's Deep. Assim como assim, já que comecei a falar neles mais vale continuar, não é verdade?

Ora bem, sou super fan de elfos. Fanática mesmo, eu diria mas isto já são detalhes. A primeira vez que me deparei com estas fantásticas criaturas foi no inicio da década de 90 quando comecei a jogar Warhammer Fantasy Roleplay, até lá nunca tinha ouvido falar nelas nem tão pouco sabia nada sobre elas. Ou melhor, sabia que tinham umas orelhas pontiagudas e ficava por aí. Como gosto de desafios, a primeira personagem de roleplay que criei foi um elfo, ou como eu diria, uma elfa, que se chamava Oriel, era uma feiticeira e vivia em Laurelorn. Como é lógico, tentar personificar um elfo quando não se percebe nada de elfos, dá um bocado de trabalho e tendemos para fazer algumas asneiras. Mas adiante, noutra altura poderei falar da doidivanas da Oriel que passava mais tempo a fugir do que outra coisa qualquer.

Elfos a sério vieram quando comecei a ler o Senhor dos Anéis e não é possível perceber o que é um elfo se, em boa verdade, não lermos a obra de Tolkien. Querem conhecer bem os elfos? Então leiam o Silmarillion. É absolutamente brilhante para quem quer conhecer esta raça apesar de muitos o considerarem um livro chato.


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Galadriel (Cate Blanchett)
Pessoalmente, não achei nada chato mas é um livro bastante denso que nos conta a história da criação do mundo e claro, o aparecimento dos elfos. É mais ou menos como se estivéssemos a ler um livro de História Universal e se acham que os moços são só paz, amor, beijinhos e abraços para todos, estão enganados. Aquela beleza e graciosidade, quase que etérea, pode ser bastante enganadora visto que, entre eles, passaram grande parte do tempo à estalada. Por isso, pela altura em que os homens apareceram, os elfos já andavam na sua vidinha há algum tempo.

Elrond (Hugo Weaving)
Quando surgem os homens, isto foi quase como se estivéssemos a dar uma festa em nossa casa e de repente aparecem-nos uns convidados indesejados para nos dar cabo do divertimento. E pior, para além de serem uma espécie de bens perecíveis e de curta duração, ainda vêm com umas ideias meias parvas de querer mudar o mundo, arruinando todo o status quo vigente.

Tudo seria, mais ou menos, pacífico se os homens se reduzissem à insignificância de serem, involuntariamente, mortais mas darem cabo do status quo dos elfos, isso é que já não podia ser. Como se já não bastassem os anões para lhes dar cabo da moleirinha (criados à má fila 100 anos depois dos elfos).




Thranduil (Lee Pace)

Assim temos que os elfos são umas criaturas belíssimas, regra geral imortais (apesar de poderem ser mortos, ou poderem escolher deixar de viver), com umas competências e aptidões, físicas e intelectuais, completamente superiores às dos homens. São quase a personificação da perfeição. Quase...

Em boa verdade, sou da opinião que os elfos estão bastante longe de serem as criaturas perfeitas (ainda que existam outras raças bem mais abaixo nos degraus da evolução), que muitos pensam que eles são. São de uma superioridade notável a muitos níveis sim, principalmente, se começarmos a fazer comparações entre as diversas raças. Mas perfeitos? Não. Nada disso.

Não são criaturas perfeitas, são criaturas de vícios tal como as outras. No entanto os seus vícios podem estar é mais escondidos.O secretismo, a desconfiança, a arrogância, a inveja, a falta de empatia, a resistência à mudança, tudo isto são traços que também existem nos elfos e quando se manifestam, manifestam-se quase que de uma forma violenta. De certa maneira, são quase como os Vampiros modernos mas sem os dentinhos e sem a vontade de andar para aí a morder meio mundo.

Arwen (Liv Tyler)
Por fim, uma das melhores coisa que os filmes - quer do Senhor dos Anéis, quer do Hobbit - trouxeram foi a imagem dos elfos para o grande ecrã.

Não é que não fosse possível imaginá-los, mas a verdade é que quando vemos aquelas figuras no cinema ou na televisão, começamos logo a pensar: "Foooogo, onde é que eu arranjo um daqueles?". Confesso que esta não foi a minha reacção quando me deparei pela primeira vez com o Legolas no Senhor dos Anéis, mas foi - definitivamente - a minha reacção quando me deparei com Thranduil no Hobbit.

Bem que podiam fazer uma série de televisão inspirada no Silmarillion... é que a malta curte vampiros, mas a temática já está a ficar um tanto ou quanto aborrecida, podiam variar um bocadinho.

Bom, por hoje vamos ficar por aqui até porque este post está longo.
Fiquem bem e tenham um bom dia.

 

Dos livros que viram filmes

HRM, 30.03.15
Confesso que só comecei a pensar nesta temática quando saiu o segundo filme do Senhor dos Anéis - As duas torres - antes disso só me dava ao trabalho de refilar à brava com os imbecis (sim, chamava-lhes isto), dos guionistas que pareciam não perceber nada da coisa e dedicavam-se, em exclusividade, a assassinar histórias.

É também verdade, que quando saiu "As duas torres" me ia dando uma coisinha má ao ver a excessiva liberdade de interpretação na batalha de Helm's Deep. Não só tinham colocado os elfos no meio da batalha, como também tiveram a ousadia de matar o Haldir. Isto para mim foi como uma espécie de tortura. O que diabos teria passado pela cabeça das criaturas para fazerem uma barbaridade destas? Tudo bem que a batalha até foi épica, mas elfos em Helm's Deep??? Ainda por cima a serem completamente massacrados... a sério, mais valia terem-me dado um tiro para acabar com o meu sofrimento.

Demorou algum tempo até conseguir ultrapassar esta questão e nunca fiquei, totalmente, convencida de que tal era necessário só para reforçar a ideia de que os moços estavam a abandonar a Terra Média mas, pelos vistos, a audiência queria ver os elfos em acção. É no que dá ficar à espera dos resumos em vez de ler a história completa, adiante.

Apesar disto tudo, a realidade é que os guionistas fazem o melhor que podem para condensar 500 páginas em 120 (partindo do principio que um filme tem cerca de 2 horas sendo que a regra é 1 minuto, 1 página), e este não é um trabalho fácil. Uma coisa é construir um guião de raiz, outra coisa é transformar um livro num guião e para se transformar um livro num guião tem de se ter uma capacidade de resumo brutal (que é algo que eu não tenho, por exemplo), sabendo separar a informação que é relevante e essencial para a história daquela que não o é. No meio deste trabalho todo - e porque nem sempre é fácil - de vez em quando acontecem umas catástrofes e os elfos vão parar a Helm's Deep, por exemplo.

Por causa destas coisas, cada vez que há um livro que se transforma num filme, eu costumo pensar duas vezes antes de o ir ver ao cinema apesar de saber que também há muito boas adaptações por aí.

Por hoje é tudo. Desejo-vos um óptimo dia.   

In Waves - Trivium

HRM, 28.03.15
Uma música absolutamente fabulosa de uma banda que descobri recentemente.
E sim, o Anãozinho de Jardim é super fã de Metal em geral, Black Metal e Death Metal em particular, sendo que há 3 semanas cheguei a perder a voz por ter passado 2 horas a tentar cantar com voz de death metal.


A Série Atlantis - de Gena Showalter

HRM, 25.03.15
Para os fans da autora Gena Showalter, devo dizer que a saga Lords of the Underworld/ Senhores do Submundo não é a única colecção interessante.

Da mesma autora temos também os livros da série Atlantis cuja acção tem lugar na mítica cidade da Atlântida.

Esta é uma série composta por 5 livros, pela seguinte ordem e a saber:

1. The Heart of the Dragon;
 
2. The Jewel of Atlantis;
 
3. The Nymph King;
 
4. The Vampire's Bride;
 
5. The Amazon's curse;
 
Cada um deles oferece-nos a perspectiva  das facções mais importantes que fazem parte da cidade da Atlântida, mostram-nos as suas relações atribuladas com o mundo da superfície, do qual nunca poderão fazer parte porque os Deuses - malvados - os consideram como aberrações e por isso os enterraram no fundo do mar onde ninguém os poderá encontrar.
 
 Ora, então o que é que eu gostei nesta série?
 
1º Os Deuses, importados da Mitologia Grega, continuam tão malvados como na Saga dos Senhores do Submundo.
 
2º O conceito de aberração é divinal. Com estas "aberrações" eu também conseguiria viver muito bem.
 
3º A impetuosidade da curiosidade humana que, não só demonstra, que nada pode ficar enterrado por muito tempo, como também, testa os limites da resistência das "aberrações" sobre-humanas.
 
Portanto, para quem nunca leu esta série, leiam porque está muito gira e não fica - em nada - atrás da Saga dos Senhores do Submundo.

As Nações hipócritas de Ha-Joon Chang

HRM, 24.03.15


«Tenho um filho com 6 anos. (...) Ele é sustentado por mim, mas é bem capaz de ganhar a vida. Forneço-lhe alojamento, alimentação, educação e cuidados de saúde. Porém milhões de crianças da sua idade já têm emprego. Daniel Defoe, no séc. XVIII, considerava que as crianças podiam ganhar a vida a partir dos quatro anos de idade.
Além disso o trabalho pode fazer-lhe muito bem. Atualmente, ele ...vive numa redoma económica sem noção do valor do dinheiro. Não tem a mínima noção do que a sua mãe e eu fazemos por ele, subsidiando a sua existência ociosa e afastando-o da dura realidade. Ele está superprotegido e precisa de ser exposto à concorrência e quanto mais cedo isso ocorrer, melhor será para o seu desenvolvimento futuro. O chicote irá mentalizá-lo para o trabalho árduo. Deveria tirá-lo da escola e arranjar-lhe um emprego. Talvez possa mudar-me para um país onde o trabalho infantil ainda é tolerado, ou mesmo legal, para lhe garantir mais opções de emprego.
Já oiço o leitor a pensar que devo estar louco. Que sou míope. Cruel. Que o que tenho a fazer é proteger e criar a criança. Se o meter no mercado de trabalho aos seis anos de idade, ele pode tornar-se um engraxador experiente quando for mais rapaz ou mesmo um vendedor ambulante próspero, mas nunca irá tornar-se um cirurgião ou um físico nuclear - o que exigiria pelo menos mais uma dúzia de anos de proteção e investimento da nossa parte. (...) Afinal, se estiver certo, teria sido melhor para Oliver Twist continuar a roubar carteiras ao serviço de Fagin do que de ser resgatado pelo bom samaritano Brownlow, o qual, equivocadamente, privou o rapaz da possibilidade de continuar a ser competitivo no mercado de trabalho.» - in As Nações Hipócritas de Ha-Joon Chang.

Um livro absolutamente brilhante, inteligente e sem dúvida bastante provocador sobre uma temática actual que nos toca a todos. A economia.

A imagem da capa foi "roubada" do site da Wook, porque não encontrei outra que correspondesse à capa do livro que tenho mas, se querem uma opinião, nas livrarias da Bertrand o preço está mais apetecível em cerca de 3 €.

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