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O Anãozinho de Jardim

Livros e Desvarios

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Projecto de Fim de Semana (2) - Escrever um conto em 20 horas

HRM, 15.02.16
Ora bem, já estavam a pensar que eu não tinha nada para dizer acerca do meu projeto de fim de semana, não era?

É verdade, têm mais ou menos razão. Tive muito pouco tempo para tratar da minha curta história, não porque tivesse andado a bezerrar o fim de semana todo (que andei, é claro), ou porque estivesse sem ideias mas, pelo excesso das mesmas. E digo-vos é tão mau não ter ideia nenhuma, como ter uma enxurrada delas. O resultado final é exatamente o mesmo, nada... bom, ou quase nada dado que cheguei a algum lado.

Após a passagem do furacão mental que me assolou, o que restou foi:

  • a temática;
  • a frase de início, que é uma citação de Óscar Wilde.
  • e o local da acção.
Agora já não falta tudo. Falta-me o protagonista e o seu objetivo, sendo que "faltar" - no meu caso - é uma palavra bastante generalista que não corresponde inteiramente à verdade. Não me faltam personagens, de momento o que me falta é a capacidade de decidir sobre uma delas apesar de me encontrar bastante inclinada para vos contar a história da gata Jezebel. Sim, porque uma das minhas criações favoritas é um felino misterioso e intemporal a quem, normalmente, apelidam de Jezebel mas, cuja história nunca foi contada.

Finalmente, isolar estes 3 elementos não demorou muito tempo. Se não existirem distrações é um processo que não deverá levar mais do que 1 hora.

Por hoje é tudo, agora é só aguardar para ver se é a gata Jezebel que vai ser a protagonista ou não. Ela tem uma vida muito própria e nunca se sabe o que é que lhe passa pela cabeça. Tirando isso, se tiverem ideias sobre este tema, que queiram partilhar, estejam à vontade para fazê-lo.   

Projecto de Fim de Semana (1) - Escrever um conto em 20 horas

HRM, 12.02.16
Pois é, neste fim de semana desafiei-me a mim mesma. Escrever um conto ("Short-story") em 20 horas e seguindo os 7 passos que constam no meu post de ontem, "Como escrever uma "Short story"/Conto em 7 passos", fá-lo-ei em língua portuguesa (apesar de não escrever em Português faz algum tempo).

Tenho aqui uma ideia a florir mas, ainda não sei para que lado é que ela (a ideia), vai cair. Se para o lado da Fantasia Negra, se para o lado do Horror Sobrenatural mas, calhando, inclina-se mais para o Horror Sobrenatural... ou não.

Seja como for, vou publicando o passo a passo aqui no blogue.

Como escrever uma "Short story"/Conto em 7 passos

HRM, 11.02.16


Por acaso nunca me tinha ocorrido escrever sobre este tópico até que andei a navegar por aí na net e comecei a ver umas dicas (Nota: este esboço acima foi um dos exemplos que encontrei e que resumem bastante bem esta temática). Confesso que nunca me debrucei muito sobre o caráter mais técnico da escrita, porque nunca tive muita dificuldade em expressar-me desta forma e quando escrevo sem pensar muito no "onde é que quero chegar", faço-o pelo inverso que é "deixa-me ver onde é que a história me leva"

Isto, normalmente, tem um problema que é: a páginas tantas estamos completamente perdidos na história e aquilo que era suposto ser um conto, ou uma "short story", ou uma "flash fiction" rapidamente se transforma em algo maior que não era o seu objetivo inicial. Como entretanto perdemos o rumo, depois parece que já não sabemos exatamente o que é que estamos a escrever e o que é que realmente queremos escrever.

Por este motivo, se de facto queremos escrever uma história então é necessário estabelecermos algumas balizas e dar-lhe uma estrutura prévia. Criar-lhe um esboço.

Assim sendo, o que é que devemos considerar quando queremos escrever uma pequena história, ou um conto:

  • Uma pequena história demora a escrever, em média, 10 a 20 horas. É claro que isto varia de pessoa para pessoa e de que tipo de texto estamos a escrever. Se for um texto de 200 palavras é uma "flash fiction" e é uma história super-condensada, se tiver entre 3000 a 5000 palavras então estamos a falar de um conto, ou "short story" (apesar de haver quem diga que estes têm 10.000 palavras no máximo). É preciso ter uma ideia. Obviamente convém termos alguma ideia sobre o que é que queremos escrever e muitas vezes não precisa de ser nada de especial. Por exemplo quando eu tinha 12 ou 13 anos, eu e a minha melhor amiga trocávamos imensos bilhetinhos a contar histórias que inventávamos (como podem calcular, ainda não haviam telemóveis na altura e não dava para trocar mensagens) e notem, quando falo em bilhetinhos quero dizer 3 ou 4 folhas brancas de papel A4 arrancadas do caderno da escola mas, para nós era muito divertido e estávamos sempre à espera de ver qual é que era a próxima história e o que é que íamos inventar a seguir. Ideias pareciam nunca faltar.  

  • Escrever o resumo da história. Por muito estranho que pareça, escrever um resumo da história ajuda a centrar e a focar no objetivo da mesma.

  • Encontrar ou identificar o protagonista (que não é necessariamente o narrador). Todas as histórias têm um protagonista mesmo que não tenham um arraial de personagens atrás.

  • Encontrar aquela 1ª frase de introdução que seja o inicio perfeito. Isto, às vezes, é mais fácil de dizer do que de fazer.

  • Dividir a história numa lista de cenas. Apesar de, tecnicamente, isto ser mais inclinado para escrever argumentos - na minha opinião é claro - a verdade é que ter uma lista de cenas ajuda-nos a não perder o fio à meada, dá uma estrutura à história e acaba por ajudar-nos a identificar quais são as partes que precisam de ser melhor trabalhadas. A partir daqui podemos dedicar-nos a pesquisar o que precisarmos de pesquisar para melhorar o nosso trabalho.

  • Escrever e Editar. Bom depois é só escrever, editar, reescrever, voltar a editar até acharmos que o trabalho está concluído.

  • Publicar. E isto é o fim do processo. A palavra "Publicar" aqui está a ser utilizada no seu sentido lato. Quem escreve e publica textos - sejam eles de que natureza forem - não precisa de um Agente e/ou de uma Editora, nem precisa de editar um Livro em formato papel. É claro que é bonito e qualquer pessoa que escreve gostava de ver um livro seu publicado (ou não, gostos variam) mas, isso acarreta custos e em bom rigor também não é imperativo que aconteça se não for o objetivo.   

Instrumentos Mortais o filme versus Shadowhunters a série

HRM, 10.02.16

Ora bem, como sabem tenho ando para aqui entretida com esta saga dos instrumentos mortais e então resolvi averiguar o que é que já tinha sido adaptado ao cinema ou à televisão. Assim sendo, descobri que esta é uma saga que já foi adaptada quer ao cinema (no caso do 1º livro, a Cidade dos Ossos a versão filme foi lançada em Agosto de 2013), como está adaptada à televisão numa série que se chama "Shadowhunters" e cujo 1º episódio estreou, recentemente, em Janeiro de 2016.

Obviamente, tive de ver as duas opções disponíveis para tentar perceber qual era a minha opinião sobre a coisa.


 
Vou então começar pelo filme, cujo título é: "Mortal Instruments - City of Bones" (Instrumentos Mortais - A cidade dos Ossos), classificação na IMDB - 6.0.

Não pensem que me deixei intimidar pela classificação da IMDB, utilizo-a apenas por uma questão de referência e muitas vezes discordo da classificação atribuída.

O filme está muito engraçado, entretém e acima de tudo - um dos elementos que para mim é mais importante que tudo o resto - é extraordinariamente fiel ao livro. É obvio que tem de haver algumas alterações porque temos 130 minutos de filme e 512 páginas de livro, portanto, temos de resumir a história (i.e. transformar as 512 páginas em 130, basicamente). Neste sentido, achei que a adaptação está mesmo muito bem feita e há inúmeras cenas que facilmente nos transportam para o livro.

Relativamente às personagens digo-vos que funcionam de uma forma harmoniosa, não chocam. Há detalhes que poderiam ter sido melhor assegurados mas, lá está, são apenas alguns detalhes que poderiam ter sido melhor utilizados para ilustrar melhor os personagens, como por exemplo o cabelo louro platina do Valentim. Todavia eu não estou a ver - muito bem - o  Jonathan Rhys Meyers  de cabelo louro platina (e ainda bem, o rapaz fica muito bem tal como está).

Apesar de não achar a representação nada por aí além, gostei do elenco até porque conta com várias caras conhecidas quer do mundo do cinema, quer do mundo da televisão (como por exemplo: o Jamie Campbell Bower ; Jonathan Rhys Meyers; a Lena Headey etc). Por isso, acho que o elenco funcionou muito bem e captaram a essência das personagens.

Finalmente, outra coisa muito positiva do filme foi o facto de não terem - exclusivamente - actores americanos, nem ser uma produção somente americana e só por isto já lhe dava um 8 na IMDB.

Passando então para a série de televisão, cujo título é: "Shadowhunters" e a classificação na IMDB - 6.2 (ah ah que piadinha de mau gosto).

A primeira coisa que pensei quando vi os primeiros minutos do 1º episódio foi: "Mas que diabos??! A miúda está a usar uma peruca cor-de-laranja!!",  a segunda coisa que pensei nos minutos a seguir e durou praticamente até ao fim do episódio foi: "Arranjem-me uma faquinha de sobremesa para cortar os pulsos." 

Se querem ver um bom exemplo de "Como assassinar uma boa história em 45 minutos ou menos", vejam esta série de televisão. Liberdade criativa é uma coisa - e é sempre de louvar - excesso de liberdade criativa arrasa com qualquer argumento televisivo . A atriz que faz de Clary (sim, a da peruca cor de laranja), não sei se leu os livros ou não mas, se calhar devia ter lido antes de transformar a personagem numa miudinha histérica e irritante que só quer encontrar a mãe. Encontrar a mãe, era o objetivo do Marco naquela série de bonequinhos que costumava passar na televisão quando eu era pequena. O coitadito do rapaz que faz de Jace, se calhar até teria alguma coisa interessante para dizer ou para fazer se alguém metesse fita adesiva na boca da criaturinha da peruca cor-de-laranja. O Simon, coitado, é logo abocanhado no 2º ou no 3º episódio à portinha da cidade dos ossos que é por causa das tosses e numa sequência de eventos que não tem nada a ver com o original. O Alec e a Isabelle, são verbos de encher e até agora não vi qualquer contribuição importante para o enredo. O Luke... bom o Luke nem vou falar sobre as suas semelhanças físicas com a personagem original que é para não ter uma ceninha má mas, só para ficarem com uma ideia; em vez de ser dono de uma livraria é polícia (foi o que arranjaram de mais parecido). O Valentim então, é de uma pessoa se atirar pela janela. Qual cabelo louro platina qual quê, aliás... qual cabelo qual quê porque puseram a personagem careca. Finalmente, as runas. Bom... as runas são assim uma espécie de borrões vermelhos que os coitaditos têm na pele. Aquilo de linhas finas e graciosas e supostamente feitas por um stele  tem muito pouco, ou mesmo nada, aquilo parece é que foi feito com um ferro em brasa (tipo daquele género de ferros que está ao pé das lareiras para a malta mexer as brasas).   

Portanto, não. Não estou nada bem impressionada com a série de televisão. É mesmo muito mázinha mas, acredito que aqueles que não leram os livros até podem achar giro.