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Como sabem, não sou grande fã de policiais mas... tanto insistiram, tanto insistiram que acabei por ler este livro.
Sangue Vermelho em Campo de Neve (versão em Portugal) ou Sangue no Inverno (versão no Brasil), do autor Sueco Mons Kallentoft (que é este moço aqui em baixo)...
Ora bem, então o que dizer acerca do livro?
É um policial /
thriller tipicamente nórdico, tem uma escrita extraordinariamente simples, um enredo bem construído, umas personagens interessantes e alguns elementos que apelam ao sobrenatural e ao oculto (sendo que penso que foi por este motivo que me convenceram a lê-lo).
No geral é um livro bastante bom que, inclusive, me provocou alguma irritação. Irritação esta no bom sentido, não no mau.
Irritação porque, efectivamente, o autor consegue pôr no papel - através dos comportamentos das personagens - uma série de elementos que caracterizam a sociedade nórdica que não, somente, a sociedade Sueca. Exemplo disto é o enorme afecto que estes povos nutrem pelo álcool e que é muito pior que qualquer paixão assolapada.
É que uma paixão assolapada vá... até pode eventualmente ser partilhada. Agora, o álcool é que não pode ser nada. Se não acreditam, experimentem a tentar bebericar um golozinho de álcool do copo de um nórdico que vão ver o que vos acontece. Olham-vos logo com aquele ar de
beserker , de que mais uma dessas e temos a burra nas couves mas, adiante.
Isto leva-me à segunda parte da questão que é; com tantas personagens que têm uma relação intima com a garrafa é espantoso como não há nenhuma cena que se passe num bar, ou num clube nocturno. Com a excepção, talvez, da descrição de uma recordação da Rakel Murvall (uma das personagens) que, não faz parte do enredo principal mas fornece alguma explicação sobre a motivação da personagem.
Por outro lado, polícias que não dão tabefes em ninguém? E que querem entrar em casa dos suspeitos porque está frio?
Ao que eu pensei; "Pronto. Ok. São Suecos." e a seguir lembrei-me das chegadas no aeroporto de Arlanda (em Estocolmo), que até hoje foi o único aeroporto onde vi umas caixinhas brancas com letras vermelhas que diziam: "
Please drop your tear gas here", isto é, "Por favor deixe o seu gás lacrimogéneo aqui".
De resto, na opinião de uma amiga, é um livro graficamente violento. Pessoalmente, estive até ao fim do livro à procura da violência gráfica e não a encontrei. É verdade que a descrição dos crimes contém alguns elementos graficamente mais explícitos mas daí até ser violento... não diria tanto, qualquer livro do Stephen Pressfield ou do Bernard Cornwell é graficamente bem mais explicito do que este. Este é um livro bem equilibrado e sem exageros nesse aspecto.
Por isso, se gostarem do género e estiverem interessados em lê-lo é só uma questão de seguirem o link que disponibilizei mais acima.
Fonte: Le Livros