Pois é verdade, tenho estado dedicada a ler obsessivamente os livros desta colecção da autora
Sarah J. Maas, não só porque fazem parte da minha lista de livros para 2017 mas também porque queria falar acerca deles.
Para já, tenho a dizer que, é a primeira vez que estou a ler os textos desta autora. Sei que a grande maioria começa por ler a saga do Trono de Vidro mas, eu não sou a maioria e também não costumo escrever opiniões críticas sobre livros, porque não sou nem agente literário nem nada desse género. Sou apenas uma pessoa que gosta bastante de ler e quiçá, um dia, venha a escrever algo de jeito com pés e cabeça (porque até agora têm sido só ideias).
Estabelecidas as ressalvas, vamos lá então à coisa em si.
A
Corte de Espinhos e Rosas corresponde, efectivamente, a uma espécie de reinterpretação livre da história da Bela e do Monstro mas com fadas, que se assemelham em toda a linha a elfos, sendo que elfos é muito mais o meu domínio partindo sempre da grande referência - da Alta fantasia - que é a obra de Tolkien.
Trata-se de um excelente livro de entretenimento e está bem escrito, mas considero que existe alguma falta de cuidado com a linguagem utilizada. Uma coisa é a linguagem humana e o comportamento humano. Outra coisa são as criaturas fantásticas, a sua linguagem e os seus comportamentos. São linguagens diferentes, organizações sociais diferentes e comportamentos diferentes. Este primeiro livro, optei por lê-lo em português para ver toda esta articulação, mas o segundo já optei por lê-lo na versão original para poder estabelecer uma comparação e para poder validar - ou não - esta pequena inconsistência, que a principio parece bastante subtil mas que à medida que avançamos na história vai-se tornando mais evidente.
Estamos num mundo fantástico, criado de propósito para a história, não é expectável a utilização de expressões comuns usadas no nosso dia-a-dia. Também não é expectável que todos falem a mesma língua, nem devia assumir-se tal coisa.
É claro que para efeitos de simplificação e evitar que a leitura se torne mais complexa e pesada compreende-se a escolha da autora em focar-se mais nas relações dos personagens do que, propriamente, no contexto todavia penso que este poderia ser um aspecto a melhorar no futuro.
A história está bastante engraçada, lê-se muito bem e as personagens criam uma excelente empatia com o leitor. O enigma final, eventualmente, deixa um pouquinho a desejar no sentido em que demorei 5 segundos a resolvê-lo e a Feyre (personagem principal), resolve-o - literalmente - no fim do livro.
Seja como for, há beleza nesta simplicidade e é um livro que vale a pena ler.