Atlântida, porque não?
HRM, 09.02.17
Tal como a tantos outros antes de mim, a temática da Atlântida sempre me fascinou, quanto mais não seja por ser referenciada, pela primeira vez, pelo filósofo Platão no diálogo "Timeu e Crítias" (especificamente na narrativa de Crítias), no ano 360 A.c.
Curiosamente, eu andava à procura do texto em Português - para que também pudessem ler, já que eu tenho uma tradução em inglês do MIT - mas os textos que encontrei não são uma tradução do original, são sim uma interpretação do que academicamente acham que Platão quis dizer com a história que conta nuns casos, e nos outros casos são uma interpretação extraordinariamente livre e criativa daquilo que acham que o Platão estava dizer sendo que até acrescentam coisas que não constam da tradução do texto original. Por isso, não posso exactamente encaminhar-vos para uma versão em português do texto mas, poderão eventualmente consultar a versão disponibilizada pelo MIT (aqui), se assim o desejarem.
Praticamente toda gente já trabalhou e explorou a temática da Atlântida. Há uma quantidade gigantesca de filmes, séries e livros sobre isto e este facto sempre foi - para mim - uma limitação visto que a pergunta que eu colocava era: "Porque diabos haveria eu de escrever sobre uma coisa cuja qual já toda a gente escreveu?" Até que recentemente tive uma espécie de rebate de consciência e a pergunta modificou-se.
Atlântida, porque não?
Certo que já toda a gente escreveu sobre ela mas, também já toda a gente escreveu sobre vampiros, sobre bruxas, sobre lobisomens, sobre zombies, sobre contos de fadas alternativos, sobre as próprias fadas, sobre elfos, sobre dragões... quer dizer, assim de repente todo o universo da literatura fantástica foi-se construindo e constrói-se com todos os contributos de todos aqueles que ousam a escrever sobre o que gostam e lhes interessa, independentemente, de já se ter escrito ou não sobre a matéria em causa.
Isto foi, basicamente, o pontapé de saída que deu o enquadramento necessário a este meu novo projecto e que eu espero - em algum momento - vir a ter oportunidade de partilhar convosco.
Por isso, sim, vou então escrever sobre a Atlântida... ou sobre o que sobrou dela, quase 11.000 anos depois do cataclismo que a assolou.