Sobre exercícios de escrita
Hoje vinha a conversar com um colega meu acerca de "trabalhos de casa" quando se está a aprender uma língua nova. Neste caso, não estamos propriamente a falar de crianças ou adolescentes, estamos a falar de aprender ou melhorar uma língua estrangeira quando já somos adultos e então ele vinha a questionar-se sobre a pertinência dos exercícios repetitivos sobre tempos verbais ou os famosos fill in the gaps. Efetivamente não sei responder sobre a pertinência dos exercícios, porque depende muito do nível de cada um, mas há uma coisa que eu sei; para aprender uma língua (seja ela qual for), há duas coisas imprescindíveis:
- Ler (muito),
- Escrever.
Quando eu andava a estudar inglês haviam dois exercícios que adorava fazer. Um deles era a composição, de preferência num estilo livre. O outro era para praticar a oralidade e neste exercício mostravam-nos imagens pediam-nos para as descrever. A minha preferência recai sobre a combinação destes dois, que é escrever sobre a imagem que vemos. Basicamente, contamos a história do que estamos a ver e eu sempre achei isto absolutamente fantástico.
Por este motivo eu coloquei essa imagem em cima. Podia ter escolhido - sei lá - uma batalha, uma cena mais épica, uma praia com piratas ou qualquer coisa assim do género, mas não. Escolhi esta ilustração porque - para mim - parece que não se passa nada. É apenas uma rapariga, que aparenta algum cansaço e parece ter sofrido alguns ferimentos. Está sentada num parapeito, agarrada a uma espada e daquele sítio é possível ver uma cidade com o céu ou nublado, ou coberto de fumo. Não parece ser uma cidade em ruínas, ou pelo menos não ainda, mas isto dependerá em grande parte do tipo de nuvens que estamos a observar.
As imagens contam sempre uma história e escrever sobre essa história é sempre um bom exercício para se praticar a escrita.