Ora bem, como sabem tenho ando para aqui entretida com esta saga dos instrumentos mortais e então resolvi averiguar o que é que já tinha sido adaptado ao cinema ou à televisão. Assim sendo, descobri que esta é uma saga que já foi adaptada quer ao cinema (no caso do 1º livro, a Cidade dos Ossos a versão filme foi lançada em Agosto de 2013), como está adaptada à televisão numa série que se chama "Shadowhunters" e cujo 1º episódio estreou, recentemente, em Janeiro de 2016.
Obviamente, tive de ver as duas opções disponíveis para tentar perceber qual era a minha opinião sobre a coisa.
Vou então começar pelo filme, cujo título é: "
Mortal Instruments - City of Bones" (Instrumentos Mortais - A cidade dos Ossos), classificação na
IMDB - 6.0.
Não pensem que me deixei intimidar pela classificação da IMDB, utilizo-a apenas por uma questão de referência e muitas vezes discordo da classificação atribuída.
O filme está muito engraçado, entretém e acima de tudo - um dos elementos que para mim é mais importante que tudo o resto - é extraordinariamente fiel ao livro. É obvio que tem de haver algumas alterações porque temos 130 minutos de filme e 512 páginas de livro, portanto, temos de resumir a história (i.e. transformar as 512 páginas em 130, basicamente). Neste sentido, achei que a adaptação está mesmo muito bem feita e há inúmeras cenas que facilmente nos transportam para o livro.
Relativamente às personagens digo-vos que funcionam de uma forma harmoniosa, não chocam. Há detalhes que poderiam ter sido melhor assegurados mas, lá está, são apenas alguns detalhes que poderiam ter sido melhor utilizados para ilustrar melhor os personagens, como por exemplo o cabelo louro platina do Valentim. Todavia eu não estou a ver - muito bem - o
Jonathan Rhys Meyers de cabelo louro platina (e ainda bem, o rapaz fica muito bem tal como está).
Apesar de não achar a representação nada por aí além, gostei do elenco até porque conta com várias caras conhecidas quer do mundo do cinema, quer do mundo da televisão (como por exemplo: o
Jamie Campbell Bower ; Jonathan Rhys Meyers; a Lena Headey etc). Por isso, acho que o elenco funcionou muito bem e captaram a essência das personagens. Finalmente, outra coisa muito positiva do filme foi o facto de não terem - exclusivamente - actores americanos, nem ser uma produção somente americana e só por isto já lhe dava um 8 na IMDB. Passando então para a série de televisão, cujo título é: "Shadowhunters" e a classificação na IMDB - 6.2 (ah ah que piadinha de mau gosto). A primeira coisa que pensei quando vi os primeiros minutos do 1º episódio foi: "Mas que diabos??! A miúda está a usar uma peruca cor-de-laranja!!", a segunda coisa que pensei nos minutos a seguir e durou praticamente até ao fim do episódio foi: "Arranjem-me uma faquinha de sobremesa para cortar os pulsos." Se querem ver um bom exemplo de "Como assassinar uma boa história em 45 minutos ou menos", vejam esta série de televisão. Liberdade criativa é uma coisa - e é sempre de louvar - excesso de liberdade criativa arrasa com qualquer argumento televisivo . A atriz que faz de Clary (sim, a da peruca cor de laranja), não sei se leu os livros ou não mas, se calhar devia ter lido antes de transformar a personagem numa miudinha histérica e irritante que só quer encontrar a mãe. Encontrar a mãe, era o objetivo do Marco naquela série de bonequinhos que costumava passar na televisão quando eu era pequena. O coitadito do rapaz que faz de Jace, se calhar até teria alguma coisa interessante para dizer ou para fazer se alguém metesse fita adesiva na boca da criaturinha da peruca cor-de-laranja. O Simon, coitado, é logo abocanhado no 2º ou no 3º episódio à portinha da cidade dos ossos que é por causa das tosses e numa sequência de eventos que não tem nada a ver com o original. O Alec e a Isabelle, são verbos de encher e até agora não vi qualquer contribuição importante para o enredo. O Luke... bom o Luke nem vou falar sobre as suas semelhanças físicas com a personagem original que é para não ter uma ceninha má mas, só para ficarem com uma ideia; em vez de ser dono de uma livraria é polícia (foi o que arranjaram de mais parecido). O Valentim então, é de uma pessoa se atirar pela janela. Qual cabelo louro platina qual quê, aliás... qual cabelo qual quê porque puseram a personagem careca. Finalmente, as runas. Bom... as runas são assim uma espécie de borrões vermelhos que os coitaditos têm na pele. Aquilo de linhas finas e graciosas e supostamente feitas por um stele tem muito pouco, ou mesmo nada, aquilo parece é que foi feito com um ferro em brasa (tipo daquele género de ferros que está ao pé das lareiras para a malta mexer as brasas). Portanto, não. Não estou nada bem impressionada com a série de televisão. É mesmo muito mázinha mas, acredito que aqueles que não leram os livros até podem achar giro.